Relógio

sábado, 8 de dezembro de 2012


Mãe, minha mãe, meu doce alento,
Fonte onde cedo aprendi o amor,
e também meu mais íntimo tormento.
Amei-te em vida como a uma jóia
que de tão rara nunca soube o preço,
porque a nada pude comparar-te, 
sem te sentir a tudo inigualável!
Pensando no que foste, me enterneço.
Como queria ter-te novamente
sempre ao meu lado, como companheira
nas duras lides, nas batalhas vãs,
nas agonias e alegrias tantas,
nos meus prazeres e meus desvarios,
nas minhas dores entre meus afãs,
nas minhas graças que pensei só minhas
mas que advinham da tua presença.
Hoje me sinto, mãe, tão despojada,
empobrecida, carente de ti.
Eu desejava ser independente
e hoje percebo que sou infeliz
por ter perdido tua mão amiga
por não ouvir-te mais a voz tranquila,
a dar-me os teus tão sábios conselhos, 
de uma mulher valente e decidida,
que conhecia o mundo e a própria vida.
Ah, se eu pudesse, mãe rever-te agora!
ouvir-te suavemente me dizer:
_Tenha calma que tudo se resolve!
Eu certamente seria mais segura,
mais humana e menos infeliz!
São só lembranças vivas que atormentam
meu peito que, apertado, não tem ar
para gritar-te, até que tu me ouças:
Como é possível eu deixar de amar
a minha mãe, que já se foi sem volta,
mas, creio,  sei que vou reencontrar?


Pai amado, nesse dia 04/12 foi o dia do aniversário de minha mãezinha. Sei que não posso estar em sintonia com ela, mas peço-Lhe que lhe transmita o meu amor e carinho, meus parabéns e minha saudade!

4 comentários:

  1. Dona Fernanda: Tenho seu endereço entre meus 'favoritos' e já havia lido o poema mas sem coragem para comentar, pois é tocante, danado que mexe com as lembranças, cavoca as emoções guardadas. Também perdi minha mãe, perda irreparável; somos vãos, desejando independência, liberdade, quando sempre as tivemos e não percebíamos; perder a mão amiga, a conselheira que acalmava e dizia 'calma, tudo se resolve'.... Sou pai de três filhos, e percebo o quanto é difícil a tarefa de zelar pelos filhotes, assim meus respeitos à senhora e lembranças. O poema é belo, pungente. Cordialmente a. Josè

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    1. Oi meu querido, fazia tempo q eu não visitava meu bloguinho e fiquei super feliz q vc tenha gostado. Agradeço muito por tudo. Sei como é o temor constante q vivemos ao criar filhos... E sei tb a parte pior ao perder o q era o único. A vida não é o q a gente espera... Parabens pela sua e q Deus a preserve! Abraço e volte sempre.

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